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sábado, 11 de setembro de 2010

Viagem


Cavalgando por Molelos através da asneira....

Se tu visses o que eu vi
Lá para os lados de Molelos...
Andava um leão a andar
de patins com marmelos.

Se tu visses o que eu vi
na fonte da Vela ...
Estava um garrafão
a comer doces de uma panela.

Se tu visses o que eu vi
nas olarias das Raposeiras...
Estava uma vaca
a vender peneiras.

Se tu visses o que eu vi
no campo da Pedra da Vista...
A garrafa que eu parti
a dançar com uma bola na pista.

Se tu visses o que eu vi
nas terras do Casal...
Andava um escaravelho a nadar
numa onda de espuma e sal.

Se tu visses o que eu
no choupal de Molelinhos...
Estava um crocodilo
com uma rã aos beijinhos.

Se tu visses o que eu vi
no largo do Botulho...
Uma bola a puxar
um carro de entulho.

1 comentário:

  1. Um povo possui caracteristicas que definem a sua identidade. Um povo que é dotado de imaginação como o de Molelos não pode esperar mais que o secesso!!
    Desde o seu dialeto (gaciar, zibes, lhega, caneiro), alguns exemplos do vocabulário dos antepassados até á peça artesanal que é a cantarinha do segredo em que a sua tática baseava-se em criar depressão na cantarinha para não nos molharmos, podemos dizer que foi este povo que inventou a "palhinha" hoje em dia bastante utilizada para bebermos liquídos quando assim desejamos!!! Estou a brincar!!! :)
    Parabens ao autor pelo poema, descreve muito bens a dimensão da freguesia numa visão animadora bem agradável de lêr!!

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